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Falando sobre Sexualidade

SBC

Por que os temas da sexualidade são ainda tão polêmicos? O sexo está no cotidiano da sociedade, seja nos nossos lares, por procriação ou por prazer; seja na mídia, em formas de propagandas com apelo sexual ou nas séries, novelas e filmes; seja nas conversas, virtuais ou de botequim; seja na prática ou na imaginação, solitária, a dois ou mesmo grupal. Por que, então, ainda é visto de forma tão negativa, se é tão desejado, tão vivido e tão natural?


As formas como a sexualidade expressa-se são tantas como as opiniões sobre culinária, turismo ou arte. Busca-se uma normalidade na sexualidade, como se tudo no mundo fosse preto ou branco, como se fosse algo binário. Entretanto, ela é dinâmica, multifacetada e historicamente localizada. É tão antiga quanto a natureza humana.


O estudo da sexualidade é, ainda, um desafio, mesmo ela estando presente em todos os momentos de nossas vidas. Ainda é, infelizmente, encarada de forma polêmica pela sociedade. Grande parte dela, para não dizer toda, tem dúvidas e experiências que começaram na puberdade e que persistem até hoje. Há crenças, mitos e, portanto, preconceitos arraigados em seu âmago, o que gera resistência às suas variadas formas de expressão, mesmo ainda nos meios acadêmico e científico. Faz-se necessário compreender melhor suas manifestações, buscando aceitá-las em sua enorme diversidade de maneira mais adequada e menos preconceituosa. Há, indubitavelmente, uma necessidade cultural e social, de se compreender a expressão sexual, a dinâmica e as diferentes manifestações sexuais.


A sociedade ainda trata a sexualidade como um tabu, gerando repreensões e censuras na expressão da sexualidade dos indivíduos. Elementos como vergonha, ignorância (falta de conhecimento), o medo da inaptidão ou até de ofender a parceria surgem com enorme facilidade e atrapalham o desenvolvimento de inúmeros indivíduos. A dificuldade em se conectar com pessoas, de trabalhar a afetividade e a intimidade podem então aparecer. Abrem-se, assim, muitas questões de autoestima, insegurança e insatisfação com o próprio corpo que carecem de investigação e tratamento. É reconhecido e significativo o efeito das Disfunções Sexuais sobre o indivíduo e seus relacionamentos. Fenômenos como bullying, experiências sexuais traumáticas, abusos e quaisquer formas de violência podem se tornar fatores que afetam o desenvolvimento dos indivíduos na infância e adolescência podendo gerar comportamentos disfuncionais na vida adulta.


Quantos sofreram com o bullying, com as experiências sexuais traumáticas, com os abusos, com a homofobia, com a bifobia e com outras formas de fobia e de violência? Como essas pessoas lidam com isso? Como a sociedade lida com isso se não entende a sexualidade como um direito básico e se não vai além dos modelos hegemônicos de masculinidade e feminilidade, atrelados à heteronormatividade, a um modelo de ser, de se relacionar e de se projetar no mundo baseados na heterossexualidade?


A sociedade precisa de ajuda. Mesmo que não saiba, precisa da ajuda dos psicólogos, que têm que satisfazer essa necessidade social. Só que boa parte dela ainda não aprendeu a procurar terapia, muitas pessoas nem condição têm, outras ainda creem que é “coisa de maluco” e a maioria busca outras formas de tratamento antes, sendo muitas vezes desnecessariamente medicalizada, até porque não entende qual a extensão das funções da psicologia. A informação, então, tem que ir até elas. Como fazer isso?


Em um mundo utópico, todos os membros da sociedade teriam educação de base, princípio de toda formação de um bom cidadão e de um grande exercício de cidadania, bem como seriam educados sexualmente livres de mitos, crenças, tabus e preconceitos desde cedo. O SBC visa ajudar a sociedade pelo menos com a saúde mental, por meio de um entendimento da sua sexualidade, oferecendo a possibilidade de exercitar o autoconhecimento, a capacidade de se relacionar, levando informações e conhecimento e buscando ajudar com os problemas de autoestima e autoconfiança e com a dificuldade em estabelecer vínculos afetivos.

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